terça-feira, 5 de abril de 2011

Hermann Hesse e o pacifismo


A filosofia da paz foi escrita e vivida por diversas pessoas.


Um dos artistas mais geniais que conheço chama-se Hermann Hesse.


No seu livro "O lobo da estepe" o personagem principal encontra-se no entre-guerras do século XX, vendo a mídia empurrar a população para o sentimento de ódio aos inimigos.


Mas não desiste. Escreve sobre a paz, que começa dentro de cada um. Alerta que cada um tem que olhar para si mesmo. Meditar. Conhecer o ódio dentro de si. E optar pela paz.



Eis uns pequenos trechos de reflexão do personagem:

*

"Durante a guerra, eu me mantive antibelicista; depois da contenda incitei os homens a paz, a paciência e ao humanitarismo, a examinarem-se a si mesmos (...)


"(...) cada povo e cada indivíduo , em vez de sonhar com falsas 'responsabilidades' políticas, devia refletir a fundo sobre a parte de culpa que lhe cabe da guerra e de outras misérias humanas, quer por sua atuação, por sua omissão, ou por seus maus costumes (...)


"Uma hora de reflexão, um momento de entrar em si mesmo e perguntar a parte de culpa que lhe cabe nesta desordem e nesta maldade que impera no mundo - mas ninguém quer fazê-lo!"

*

Penso nas nossas pequenas guerras do cotidiano...


Coloco-me no lugar dele e de outros cujos amigos foram para a estupidez do campo de batalha e foram acusados de traição e anti-patriotismo...


Hoje vejo a mídia mostrando tragédias e violências, e calando-se diante de tanta coisa bonita que acontece... E percebo que há um sentimento geral de medo, de desânimo e apatia quanto ao futuro.


Me sinto só. Me sinto contra a maré. Mas preciso continuar dizendo: acredito no amor que há no coração de cada ser humano. Acredito na política porque acredito no diálogo porque acredito no ser humano.


Logion 96 do Evangelho de Tomé: "O Reino do Pai é semelhante a uma mulher que tomou um pouco de levedura, a escondeu na massa e fez com ela grandes pães: que aquele que tenha ouvidos, ouça!"

Um comentário:

  1. Oi André, gostei muito de texto. É por aí que me sinto e, quem sabe, se cada um de nós olhar para dentro de si, possa sentir também desta forma.
    A sutil diferença entre ter razão e entender as razões da vida, para se inserir com humildade e de fato ajudar na transformação.
    Como conciliar a luta interior e ao mesmo tempo saber interagir com o mundo, impedindo os desmandos e, ainda assim, acreditar em cada ser humano?
    Talvez um desafio que só os caminhos traçados pelos corajosos e abnegados possam nos nortear.
    Que a oração se faça sempre em nós, a fim de que possamos viver em plenitude.

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